Os mosquitos são insetos de grande importância em saúde pública. Apesar dos avanços da medicina, as doenças por eles transmitidas, destacando-se a malária, o dengue, a chikungunya, a febre por zika vírus, a febre amarela, a filariose e a encefalite, debilitam e matam milhões de pessoas. Quando não atuam como transmissores de patógenos (vírus, protozoários etc) podem representar um impacto negativo para a economia, uma vez que o incomodo causado pelas picadas, frequentemente inibe atividades recreativas em áreas externas e perturba o sono dos trabalhadores.
Atualmente são reconhecidas 3.492 espécies de mosquitos que habitam os mais variados ambientes do planeta. A região Neotropical (América do Sul, América Central, parte do sul do México e da península Baixa Califórnia e ilhas do Caribe) é a detentora da maior diversidade, com a ocorrência de 1.069 espécies.
Relacionamos, a seguir, alguns dados biológicos de espécies de importância sócio sanitária: Culex quinquefasciatus e Aedes aegypti
Pernilongo doméstico (Culex quinquefasciatus)
Como reconhecê-lo
• adultos: corpo escurecido com posição de repouso paralela à superfície e abdome com extremidade arredondada;
• ovos: as posturas ocorrem na superfície da água; ovos colocados um a um mantêm-se unidos formando um conjunto denominado jangada (0,6 mm de comprimento e 0,3 mm de largura); cada jangada possui de 200 a 300 ovos;
• larvas: vermiformes, sem asas nem pernas; passam por quatro estágios; posição oblíqua em relação à superfície da água;
• pupas: em formato de “vírgula”; permanecem por longo tempo na superfície da água.
Como se desenvolve
• durante o ciclo de vida passa pelas etapas de ovo, larva, pupa e adulto;
• as etapas de ovo, larva e pupa ocorrem na água, enquanto a de adulto representa a fase aérea;
• após um ou dois dias da postura, os ovos eclodem liberando as larvas;
• durante a fase larvária que pode durar de 4 a 6 dias, as larvas sofrem quatro mudas aumentando de tamanho;
• as larvas são móveis e sobem à superfície para respirar o oxigênio atmosférico;
• as larvas alimentam-se de microrganismo aquáticos e matéria orgânica;
• as larvas de 4° estágio transformam-se em pupas;
• as pupas são móveis mas não se alimentam;
• o ciclo de ovo a adulto pode durar de 7 a 10 dias, sendo fortemente influenciado pela temperatura;
• os adultos vivem algumas semanas.
Os hábitos
• só as fêmeas são hematófagas (sangue é necessário para a maturação dos ovos);
• machos alimentam-se de sucos vegetais;
• os criadouros são representados por coleções de água estagnada, rica em matéria orgânica: cursos d’água, valas, fossas, piscinas abandonadas, galerias de águas pluviais etc;
• é uma espécie doméstica com acentuada antropofilia;
• fêmeas picam ao entardecer;
• adultos voam a uma altura entre 1,50 e 2,00 m, podendo deslocarse por 2 km;
• no norte e nordeste do Brasil é o principal transmissor da filariose (“elefantíase”); vale lembrar que no Estado do Rio de Janeiro não ocorre a transmissão desta doença sendo o mosquito responsável, apenas, pelo grande incomodo que causa à população.
Mosquito do dengue (Aedes aegypti)
Como reconhecê-lo
• adultos: corpo escuro com desenho em forma de lira na parte superior do tórax; pernas com “anéis brancos”; abdome com extremidade pontiaguda; posição de repouso paralela à superfície;
• ovos: colocados isoladamente acima do nível da água; são pequenos, escuros e resistem à dessecação por longos períodos; cada postura tem em média 150 ovos; as fêmeas fazem posturas parciais depositando os ovos em vários criadouros;
• larvas: posição vertical em relação à superfície da água;
• pupas: não se diferenciam muito das do Culex quinquefasciatus.
Como se desenvolve
• ciclo biológico semelhante ao Culex quinquefasciatus.
Os hábitos
• os principais criadouros são recipientes artificiais que acumulam água como latas, garrafas, pneus, vasos de plantas mantidas em água, pratos de suporte dos vasos, caixas d’água, cisternas, barris, tambores, lagos artificiais, etc;
• fêmeas picam durante o dia, de preferência ao amanhecer e próximo ao entardecer;
• permanecem próximo aos locais de oviposição (100 a 500 m);
• mosquito transmissor de várias arboviroses como dengue, chikungunya, febre por zika vírus e febre amarela urbana;
• é uma espécie de origem africana.
